A primeira semana cheia de agosto foi um verdadeiro teste para os nervos no mercado de câmbio, com o real vivendo uma verdadeira montanha-russa impulsionada tanto por fatores globais quanto por ruídos domésticos. A volatilidade foi a palavra de ordem, mostrando a sensibilidade da nossa moeda ao cenário internacional.
Receba nossas atualizações pelo Telegram gratuitamente
Veja também:
A Trajetória da Semana:
Segunda-feira (04/08): O real começou a semana com o pé direito, se valorizando e levando o dólar a fechar em R$ 5,5070. O movimento foi impulsionado por um cenário externo favorável – dados fracos de emprego nos EUA na semana anterior enfraqueceram o dólar globalmente – e por um otimismo local gerado pela 10ª queda consecutiva nas projeções de inflação do Boletim Focus.
Terça-feira (05/08): O otimismo durou pouco. O jogo virou completamente, com o dólar disparando para R$ 5,5705. A motivação foi dupla: no exterior, dados fracos de serviços nos EUA geraram um movimento de aversão ao risco, fortalecendo o dólar como "porto seguro". No Brasil, a entrada em vigor de tarifas americanas sobre produtos brasileiros aumentou a percepção de "Risco-Brasil", acelerando a fuga de capitais.
Quarta-feira e Quinta-feira (06-07/08): Os dois dias seguintes foram marcados por uma forte influência do cenário externo. A divulgação de dados de inflação ao consumidor (CPI) nos EUA, que vieram acima do esperado na quinta-feira, consolidaram a percepção de que o Federal Reserve (banco central americano) manterá os juros altos por mais tempo. Isso fortaleceu o dólar em todo o mundo, levando a cotação a testar a resistência de R$ 5,62.
Sexta-feira (08/08 - Hoje): Nesta manhã, o mercado opera em leve baixa para o dólar, em um movimento de realização de lucros após as fortes altas da semana. A atenção dos investidores está totalmente voltada para a divulgação do IPCA de julho no Brasil, que sairá ainda hoje. Um dado de inflação abaixo do esperado pode fortalecer o real e garantir um final de semana mais tranquilo, enquanto um número acima do esperado pode renovar as pressões de alta sobre a moeda americana.
Veja também:
Dólar Sobe Forte, Real se Descola e Euro Acompanha: A Análise do Câmbio (05/08/2025)
Conclusão da Semana: A semana foi um claro lembrete de que o real é altamente vulnerável à política de juros americana e ao sentimento de risco global. Fatores internos positivos, como a melhora nas expectativas de inflação, podem ser rapidamente ofuscados por dados negativos vindos dos EUA, que continuam a ser o principal motor do mercado de câmbio.